vírgula

Entre eu e você não há um ponto final.
Ao menos não ainda, meu bem.
Não é assim que deve ser.

Tudo o que passou não pode ficar por isso, não pode.
Não foi só um amor de verão.
Alguma memória minha ainda tem que estar viva em você.
Eu não suporto a idéia de que tudo o que aconteceu não significou nada.

Isso só pode ser uma vírgula.
Uma vírgula muito mal colocada, por sinal.
Erro maldoso de ortografia que nos mantém distantes.

Eu não permito que essa vírgula continue nessa história.
Vou fazer tudo que puder,
não vou deixar você partir assim, por um mal entendido.
Eu já fui idiota por não ter insistido o bastante antes,
por não ter falado com todas as letras que não havia ninguém além de você.

Nunca existiu outra pessoa naquela época.
E agora, finalmente, não há mais ninguém entre nós.
Eu e você, como éramos antes, não soa bem?

Imploro que essa vírgula seja breve, que tudo volte a acontecer como era para ser.
Que tudo seja como já deveria ter sido antes,
antes desse tempo todo em que você e eu estivemos distantes por crueldade do destino.

Meu coração é seu.
E eu só quero que o seu sorriso seja novamente meu.
Eu não desisto de você sem antes tentar fazer tudo dar certo.
Em qualquer comédia romântica, amores que começaram como o nosso terminam bem.
E, sinceramente, eu acredito em um final feliz para nós dois.