Friday, December 19, 2008

Você, de novo.

Minha vida seguindo, finalmente seguindo, e lá vem você.
De novo você.
Mas fato é que eu sou mimada.
Quero as coisas que quero, como eu quero, caso contrário faço, sim, drama.

Você voltou, e me quer.
Mas não me trata da maneira que eu mereço.
Então, podem dizer que ser mimada é defeito,
mas nesse caso, é esse meu jeito que irá me salvar de ti.
Que vai me impedir de jogar-me para os teus braços (de novo) sem perceber que, na verdade, estou saltando para um abismo.

Te amo, amo sim.
Mas isso não é o bastante. Nunca foi.
Quero é que você me trate bem, me trate com o mínimo de respeito que eu mereço.
Me trate como única, e não como mais uma que se apegou a seu charme.

Me chamar de linda, pegar o número do meu celular,
mandar as mesmas mensagens canalhas de anos atrás.
Tudo isso, meu bem, não adianta mais.

Era o bastante quando eu era aquela menininha inocente que você conheceu,
se fosse naquele tempo, com esse seu jeito você já teria me ganhado.
Só que agora, você precisa de muito mais para me conseguir.

E não é o fato de eu ser (ou estar) dificil.
Simplesmente, hoje, eu tenho a consiência de que eu sou, sim, linda,
que eu sou, realmente, muito mais do que você merece -hoje eu entendo que é verdade tudo isso que você falou quando queria terminar o que tínhamos.

Pois então, meu caro, será adorável ver você tentar me ganhar novamente.
Era uma vez, quando você me tinha por inteiro, corpo, alma, amor.
Mas tudo chegou ao fim, sem final feliz.
Agora? Agora você tem direito de tentar, como qualquer outro que conheci sábado passado.
Tentar conquistar esse coração que se tornou de pedra depois que você se foi.

E se eu aprendi uma coisa com tudo que vivi depois de te conhecer,
foi que, no amor, tudo, mas tudo mesmo, é jogo.
E ganha aquele que joga melhor.
Antes só você jogava, eu perdia.
Agora, baby, vai ser um prazer jogar contigo.

Pois é, você de novo.
O mesmo garoto que eu conheci, com as mesmas manias, mais velho, igualmente canalha.
Mas eu sou outra, mais forte, mais esperta desde que te perdi.

Wednesday, December 03, 2008

Sintonia.

Era um dia qualquer, para quem vivia lá fora.
Chovia. O relógio empoeirado da padaria marcava 6 horas.
E no ar, cheiro de pão novo.
Na mesinha bem ao canto, dois jovens.

Eles se olham.
Ela desvia o olhar.
Ele baixa a cabeça.

E os dois, tão jovens em assuntos de amor, tão puros,
tão sofredores, tão perdidos, tão amantes..
se perguntam em silêncio e ao mesmo tempo:

-E, agora, o que fazer? E, agora, quem vai resgatar o que costumávamos ser?

Monday, December 01, 2008

Todo o peso do mundo.

Já me decepcionei milhares de vezes.
Algumas vezes, pelos motivos mais tolos...
como quando eu queria muuuuuuito um lápis de cor do tipo neom,
mas minha mãe comprou somente os lápis de cores básicas.
Em resumo, toooodos meus coleguinhas podiam desenhar com cores neom,
e eu não!

Outras, o motivo foi mais forte -e a dor foi mais forte também.
Como na vez que eu me decepcionei com a amizade..
e passei a cuidar quem eram as minhas companhias.
Ou, como quando eu me decepcionei com o amor.

Mas, entre tooodas as decepções que podemos passar, durante uma vida,
tem um tipo que é o pior: a decepção consigo mesmo.
Tem coisa pior do que se decepcionar consigo mesmo?
Eu acho que não.

Você não pode fazer nada pra mudar a situação que passou.
Não pode escrever desaforos no orkut da pessoa que te decepcionou -pensa no mico que seria um scrap seu chingando o seu perfil!!!
Não pode falar no telefone coisas bem malcriadas pra criatura.
Não pode falar mal da roupa da pessoa que lhe feriu.
Nem confabular sobre um plano infalível de vingança.
Porque adivinha só?
Não adianta!

É você contra você mesmo, meu caro!
Quer ver seu sangue?
Eu não quero!!!
E se você não tem um quê suicída, também não quer.

Então, passa a se sentir um lixo.
Não, não.. pior do que lixo.
Porque, dessa vez, não pode culpar a sua mãe que não compra o que você quer..
muito menos pode culpar aquela sua amiga piranha..
É você o culpado.
Foi indiciado por unanimidade de votos.
Não há culpa pra dividir, não há ninguém pra te salvar das acusações de si mesmo.

E é nesse momento que o peso do mundo todo cai sobre você.
Não há pra onde ir.
Não há o que fazer.
Você vegeta, sai do seu próprio corpo.
Age automaticamente, um robô sem graça.
Não vê saída, não vê alternativa.
Até porque, amigo, você está vivendo a pior decepção de sua vida.

Claro que eu entendo que você não suporta a sua imagem no espelho.
Claro que eu sei como não dá vontade de fazer nada, porque você sente que não é nada.
Claro que eu sei que dói, e acredite quando eu digo.. dói..
dói muito.. dói porque você não esperava isso de si mesmo!

O remédio? Tempo.
Como para todas as outras decepções, é ele que cura -ou ao menos ameniza essa dor ácida que está no seu peito.

E enquanto isso, tente fazer as pazes com você mesmo..
fazer o que? você precisa de si mesmo.. literalmente, não vive sem.
Vá entendendo, aos poucos, que fez o melhor que pode,
que errou tentando acertar.
E que fez o que estava ao seu alcance, o que era possível.

Uma hora, você vai se perdoar, eu tenho certeza.
E nesse dia, quem sabe, você poderá dizer aos outros:
-Está tudo bem.
E vai realmente querer dizer isso.