Thursday, January 29, 2009

Ninguém se importa.

Você está se sentindo mal?
Anda chorando muito ultimamente?
Sente que o melhor seria morrer?
Adivinha só? Ninguém se importa.

Quer um grande amor?
Ame a si mesmo.
Ou ame uma flor, um urso de pelúcia, um sapato novo, uma música.
Mas não, por favor, não tente amar alguém.
Ame qualquer coisa que não te deixe esperando uma ligação.

Quer confiança?
Aperte sua própria mão e confie em si mesma.
Não pense que pode confiar na bondade das pessoas.
As pessoas falam com línguas afiadas e vão adorar ver você sangrando.

Nessa vida ninguém -eu disse ninguém- pode organizar a bagunça que só você vê.

Sunday, January 25, 2009

Apostas altas.

Eu sei, esse meu jeito só me machuca.
É inevitável que eu sempre me jogue de corpo e alma em tudo.
E o pior é que quando tudo está em jogo, absolutamente tudo pode ser perdido.

Desde sempre eu não tenho afeição a metades.
Meio amor, meio compromisso e meia confiança não me atraem.
Tenho asco de limitações quando se trata de sentimentos.
Se sinto algo, prefiro -e me permito- sintir isso com uma intensidade devastadora (mesmo correndo o risco de me ferir).

Diversas vezes pensei amar. Culpa da paixão.
Para mim, não é o amor que é cego, e sim a paixão.
Ela realmente tem a capacidade de cegar qualquer um.
Enquanto a paixão distorce e ilude, o amor, na verdade, torna tudo mais claro e real.
O amor abre os olhos para uma realidade absolutamente nova,
no qual as prioridades são diferentes, assim como a maneira de encarar o mundo.

Nessas vezes que me apaixonei -enquanto pensava em amar- eu verdadeiramente sofri.
O drama inevitável em torno dos mínimos detalhes.
Se ele liga, se não liga.
Se ele beija, se abraça.
Se me quer, se me ignora.
Tudo isso conspira para que, quando apaixonada, me torne absulutamente instável, vulnerável.
E fora de controle, já que o turbilhão de emoções que passa por mim é descontrolado.
Essas emoções ferem.
Contudo, valem a pena meramente pois me fazem sentir viva, me sentir plena, e isso basta.

Eu não seria capaz de contar quantas vezes já dei meu coração à tapa nas paixões. Foram várias.
E mesmo tendo que conviver com os hematomas depois disso, eu prefiro assim.
Pois, nas poucas vezes que amei, tudo se justificou.
Nas vezes que amei, o fiz de maneira verdadeira e isso anestesia a dor.
Até porque se alguém dá seu coração à tapa, é consciente da possibilidade dos hematomas.
Gosto mesmo é de apostar alto se isso me dá alguma chance de vencer.
Prefiro conviver com a mínima possibilidade de um amor incandescente ao invés de me contentar com a certeza de um amor morno.

E por mais sádico que seja, eu não mudo esse comportamento.
Já é parte da minha personalidade agir dessa maneira intensa.
Eu sei, é impensado arriscar tanto,
mas muito antes correr o risco de sofrer do que ter a certeza de que não vou viver plenamente.

Bom, mas bom mesmo, é ser honesta com o que se sente.
Sentir sem limites, viver sem limites.
Até porque, só aquele que aposta alto tem a possibilidade de ganhar uma recompensa altíssima com isso.
E eu aposto alto, aposto altíssimo, que no fim de tudo eu serei feliz,
vivendo a máxima 'amar para ser amado em retribuição'.

Tuesday, January 06, 2009

Janeiro.

Ai, ai.. janeiro e os seus 'eu prometo'..

É tão lindo ver todos tomando consiência, já que é em janeiro que saímos da transe festiva de dezembro.
Os vestidos de festa voltam a seus cabides,
os viajantes voltam para casa,
e todos voltam ao juízo (ou prometem que irão).

Janeiro é esse mês com gosto de domingo tedioso,
só passa porcaria na tv, a geladeira forrada de restos de comida e não há nada,
absolutamente nada para fazer.

Eu garanto que é o mês em que a lei de Murphy é mais presente.
Porque se você é do grupo das pessoas (como eu) que tem tendência a atrair azar,
o azar chega forte -e não importa quantas ondinhas você tenha pulado à meia noite.
Acaba que se você está na sua cidade, todos os outros estarão viajando.
E se você viajar, certamente vai acabar naquelas viagens-furada..

Poisé, sabe aquelas viagens que ninguém quer ir?
As tais 'viagens em família' que acabam sendo uma catastrofe.
É amigo, não é só você que passa por isso.
Calor, muita gente em pouco espaço, seu tio roncando no quarto ao lado,
e aqueles mosquitos malditos que só nasceram para atordoar você.

É nessa hora que você humildemente agradece a todas as tecnologias,
porque é aí que você descobre o real valor de um ventilador de teto e daquele mp4 que você ganhou no natal (que você ouve no volume máximo para que ele salve você desse horror).

O lado possitivo disso (impressionante como eu sempre consigo catar algo bom em tudo)
é que você se torna assustadoramente intelectual.
Só em janeiro você consegue devorar coleções de livros,
lê uma Capricho em uma tarde,
procura sites de crônicas da Martha Medeiros,
e passa a fazer qualquer coisa, até mesmo estudar (argh!),
para fugir do horror que suas férias se tornam.

Mas o que mais me irrita não são os roncos, são os filmes que mostram o verão.
Aqueles filmes idiotas que mostram pessoas bronzeadas, rodeadas de amigos,
dançando ao redor de uma fogueirinha na beira da praia,
bebendo, rindo, felizes, magros, com pouca roupa e se pegando..
como se isso fosse a coisa mais real do mundo!!!
Isso é um privilégio maravilhoso daqueles que não são assombrados pela lei de Murphy.

E como janeiro é o mês das promessas, eu não vou ser diferente,
então prometo que ano que vem eu vou tentar de tudo, eu disse tuuudo,
pra fugir desse inferno e da lei de Murphy.
Porque verão não pode ser assim, eu tenho fé no verão,
e eu sei que um dia eu vou conseguir fugir rumo a uma fogueirinha beira mar (suspiro).