Tuesday, September 16, 2008

Fingimentos.

Antes de nos relacionarmos com os outros, deveríamos ter direito a um curso de teatro. Sim, um curso para aprender todas as atuações essenciais para a boa convivência.

A falsidade é extremamente reprovada, contudo, ela é importantíssima. E somos hipócritas ao afirmarmos que odiamos pessoas falsas.
Impossível que, um dia, você não foi falsa também!

Você finge que amou aquela blusa de veludo marrom que ganhou da sua tia-avó no seu aniversário!
Falando em aniversário, vc finge que não sabia de nada..
e que a festa era , sim, totalmente surpresa!

Finge que não precisa de atenção.
Muito menos de cuidados e mimos.
Que não sente saudades.
Que não tem sentimentos.
Que não chora. Que não erra.
Que é forte, madura e auto-suficiente.

Finge que não está nem aí pra aquele cafageste de sábado passado.
Finge que não se emociona quando o fulano gasta 2s e te dá um toque no celular.
E ainda finge que é verdade que ele só não te ligou quando prometeu porque o celular deu problema, e levou 3 semanas pra arrumar.
É.. ele finge que te engana, você finge que acredita... e fica tudo bem..

E então você finge que não se importa de ele só te querer de vez enquando.
E vc finge que não quer ele sempre.
Finge que não tem problema ele não te dar bola em uma festa e na outra te tratar como se você fosse uma top-model.
Finge que não tem traumas de relacionamentos passados.

Finge que não tem medo.
Que é desprovida de incertezas. E que não teme o futuro.
Finge que não guarda mágoas.
Que perdoa e esquece quando machucam você.

Finge que não se ilude, não se decepciona e nunca é infeliz.
Finge que vive feliz.
Que sorri porque está alegre, e não para evitar perguntas.

Finge que usar salto não machuca.
Finge que grosserias não te irritam.
E que tpm não te deixa com vontade de sumir.
Finge que vive em um conto de fadas, que tudo é como você quer.
Que você é como você quer.
Finge que não se importa quando é ignorada.

Finge.. finge.. representa..
Assim é a vida.. um conto de farsas.
A artista principal? Você!
-que tem essa terrível síndrome de Maria do Bairro-

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